quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Saudade

Vamos falar de saudade. Como perturba os pensamentos essa tal de saudade. Como seria bom, saná-la sempre que a houvesse. Mais ai não seria saudade. Não provocaria reações como choro, tristeza, ansiedade... Solidão. Sentimentos que se misturam num vazio interior que se justifica muitas vezes por um único motivo. Talvez, não o mais realista, mas o mais presente e tentador.

Falo da saudade que sinto agora... Mas que não sentirei amanhã. Abafada por palavras sem sentido de alguém que não sabe o que é saudade. Assim, cria-se no meu mundinho uma história de saudade de alguém que talvez nunca existisse. Sinto falta de coisas que nunca fiz, de momentos que nunca vivi, de carinhos que nunca recebi, de um amor que nunca nasceu em mim.

Talvez eu não saiba o que é saudade. Aquela de um ente querido que esteja distante. Da mãe com sua presença única e fraternal. Do amigo que se foi e por algum motivo decidiu não mais voltar. Não... Não é essa saudade. Esta da qual eu falo dói por dentro e a cada segundo. Tira-me a paz e persegue meus pensamentos. Esta... Machuca sem se perceber.

No entanto prefiro a saudade ao doce veneno das palavras que se espalham quando ditas. Que me engana e me enfeitiça. Cega-me os olhos, sufoca e não me deixa respirar. Fico então com a saudade, esta companheira que me machuca, maltrata, mas está aqui... Dentro de mim, não como você.

As pérolas da Ana Cláudia

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